terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Flor Amorosa

Olá pessoal!!!
Estou aqui mais uma vez para falar, alás, postar, algumas canções de um grande flautista brasileiro, o Altamiro Carrilho.
Ele realmente toca com a alma e como que brincando os sons fluem leves e soltos de sua flauta que parece ter vida própria. Curtam um pouco...




domingo, 4 de dezembro de 2011

Sabendo um pouco mais da flauta transversal



Sempre falo do oboé porque é a minha paixão, porém não o toco ainda, por enquanto meu instrumento é a flauta transversal.
O músico que toca flauta transversal na orquestra é chamado de flautista. A flauta transversal, apesar de ser feita normalmente de metal, faz parte do naipe das madeiras de uma orquestra e também pode ser chamada, embora menos comum, de flauta germânica ou flauta de Boehm. 



A flauta transversal moderna mede aproximadamente 67.30 cm, é afinada em Dó, seu alcance comum é de 3 oitavas (do3 até do6*), possui 16 furos circulares cobertos por chaves (abertas ou fechadas) e é normalmente feito de prata, ouro ou a combinação dos dois. (Uma das flautas mais caras que existem é a fabricada de platinum). Os estudantes normalmente possuem flautas feitas de nickel-prata ou prata-latão com chaves totalmente fechadas para que a posição da mão seja mais conveniente e para que não ocorra, devido à falta habilidade do dedilhado, o vazamento do ar. 

A flauta transversal que possui as chaves abertas é de modelo Francês e é muito utilizado por flautistas de nível profissional. A vantagem ter ter uma flauta com chaves abertas, é que ela faz com que os harmônicos, micro-tons e glissandos sejam executados mais facilmente, ajudando na criação de uma maior gama de efeitos sonoros no instrumento. (O curioso é que mesmo assim, na Alemanha, Itália e o Leste Europeu os flautistas profissionais normalmente preferem as chaves fechadas.) 

A flauta transversal é formada por 3 peças principais: o bocal, o corpo e o pé.

-O bocal da flauta possui um orifício com bordas formadas por uma chapa de metal em formato arredondado, para permitir que o flautista apóie o lábio inferior e consiga apoiar contra o queixo. O bocal está fechado à esquerda por uma peça com o formato de uma “rolha”feita de cortiço furada ao meio por onde passa um pino rosqueado. 
Na extremidade direita (dentro da flauta), o cortiço é soldado por uma placa metálica e na extremidade esquerda ele tem um acabamento em forma de chapeuzinho. Movendo-se o bocal, ajusta-se a afinação da flauta. Apesar da simplicidade exterior, o bocal da flauta é um elemento muito frágil e importante do instrumento. Todos os detalhes da sua construção, local da rolha, vedação, ângulo de soldagem do porta-lábio e formato do orifício determinam a qualidade e precisão do instrumento.

-O corpo é a maior peça da flauta e possui 13 furos com um complexo sistema de chaves. As flautas transversais possuem, em geral, aproximadamente 23 chaves. Esse número pode variar um pouco se a flauta for mais professional

-O pé é uma extensão do corpo, e conseqüentemente é a menor peça da flauta e possui normalmente 3 furos com apenas 3 ou 4 chaves. Graças a ela é possíveis tocar sons adicionais mais graves.


A flauta transversal, como qualquer outro instrumento, é muito delicada, e ao montar e desmontar é necessário fazer uma limpeza nas peças, para que elas não prejudiquem o som.

*Embora existam flautistas que conseguem fazer do si3 até do7, mas é raramente utilizado e apenas requerido em peças musicas bem avançadas (já que ele requer um controle de respiração e uma técnica de embocadura exata para produzir o som)





------------------O SOM DA FLAUTA TRANSVERSAL------------------
Pode-se dizer que o som da flauta transversal é melodioso, de timbre suave e doce. É uma pena que as flautas transversais de madeira não são tão comuns de encontrar, pois a flauta de metal, apesar de suas vantagens, fez com que a beleza e suavidade particular da flauta de madeira fosse perdida. Era fácil de adivinhar que a evolução do gosto musical iria favorecer ao virtuosismo e som brilhante orquestral e seria o principal responsável por essa mudança tão radical.

O som da flauta com certeza acrescenta às madeiras mais agilidade, timbre brilhante e segurança nos registros mais agudos. O seu som é puro, claro e sereno tem qualidades muito diferentes que as que tinham os seus antecessores. Nenhum instrumento de sopro consegue ser tão virtuoso e ágil como flauta e por isso que as partes de flauta podem ter todos os tipos de escalas rápidas e arpejos.

É importante destacar que não só a agilidade caracteriza um bom flautista, mas também a sua habilidade em produzir um volume de som equilibrado entre os registros e a pureza de seu timbre. 

As primeiras quatro notas da flauta (notas mais graves) têm uma sonoridade menos intensa, mais aveludada e “pesada” quando escutado individualmente (mas é facilmente encoberta pelos outros instrumentos nos tuttis orquestrais)

À medida que as notas vão subindo na primeira oitava, o som se torna gradativamente mais brilhante (embora não tão claro e sereno quando os sons da segunda oitava).(Ex: Ma Mere L'oyel de Debussy) 

A terceira oitava é brilhante, muito potente, mas não muito estridente. (Ex: Suite Quebra Nozes de Tchaikovsky)
O dó sustenido e o ré mais agudos podem ser considerados como extensões excepcionais do registro da flauta e são normalmente usados só em passagens fortes e também duplicados pelo picollo (é raro encontrar). (Ex: Sinfonia Domestica de Strauss)


No repertório moderno existem muitos solos bonitos de flauta. (Ex: Suite Dafnis e Cloe de Ravel)

Os grandes saltos entre os registros diferentes são característicos do instrumento. [Ex: Ein Heldenleben - (sehr lebhaft) de Strauss]

Passagens fortes no registro agudo necessitam muito ar e é comum os compositores dividirem o tema em duas flautas alternando-as (elas são mais rítmicas do que se tocadas em uníssono)

O ataque duplo ou triplo é muito eficiente na flauta quando é necessário tocar rapidamente diversas notas em stacatto. (Ex: Suite Quebra nozes de Tchaikovsky)
[Audio 1:10]

É ainda comum que as flautas, na orquestra, dobrem a melodia dos violinos, acrescentando-lhes suavidade, brilho e claridade.


-----------------HISTÓRIA DA FLAUTA TRANSVERSAL-----------------

O SURGIMENTO DA FLAUTA

No começo dos tempos, os ventos que sopravam nos bambus criavam sons que permeavam os pensamentos do homem, sendo associados a seres mitológicos, aos espíritos da natureza, anjos e até deuses. Quando o homem dominou o fogo e aprendeu a mantê-lo aceso soprando suavemente através de um caniço, deu-se origem a primeira flauta do mundo (por um grande acaso há aproximadamente 40 mil anos).Com o passar dos anos, os seres humanos passaram a construí-la em ossos da tíbia ou tubos de bambu (para fins ritualísticos ou festivos)

A flauta é um dos instrumentos musicais mais antigos da história e continua em alta no cenário musical, tendo sido sempre muito utilizada, tanto pela sua facilidade de construção, quanto pelo seu som melodioso, de timbre doce e suave. 

Inicialmente, a flauta transversal não era tão popular como a flauta doce, mas ela pode ser vista em algumas obras de arte chinesas do sec.IX A.C, nos relevos etruscos do sec. III A.C e na moeda romana em 169 A.C. Depois da queda de Roma, esse tipo de flauta desapareceu da Europa até os sec.X e XI D.C, quando ela foi introduzida na Alemanha (por isso é chamada também de flauta Germânica). 

FLAUTA NO PERIODO MEDIEVAL (1000–1400)
Como já disse acima, em todo o século XI, XII e XIII, as flautas transversais eram muito incomuns na Europa. Nesse período a flauta “doce” era mais protuberante. A flauta transversal chegou através da Ásia (Império Bizantino) à Europa e os primeiros países onde ela migrou foram a Alemanha e a França. Ela era chamada de “flautas germânicas” para distinguir dos outros tipos existentes da época (como a flauta doce). Nesse período a flauta, junto com a viola de gambá, foi muito usada em musica da corte e profana e somente era comum na França e na Alemanha e não se espalhou pelo resto da Europa por quase um século. 

A primeira aparição literária da flauta transversal foi feita em 1285, pelo poeta e músico frances Adenet le Roi (em uma lista de todos os instrumentos que ele tocava). Depois disso passou-se um período de quase 70 anos com pouquíssimas referencias à flauta.

Apenas no sec. XIV que a flauta transversal começou a aparecer em países não germânicos (alguns textos de poetas franceses da época, como Machaut, mostram que já mencionava-se a flauta transversal: Na Espanha era usado nas cortes espanholas do rei Afonso X e na Itália foi apontada na enciclopédia da época como “falauti alemani che si sonano a mezo el flauto, et non in testa, come si fanno li nostril”, Ou seja:“Flauta alemã que é soprada no lado do instrumento, e não na ponta, como a nossa.” Mais tarde no sec.XVI as flautas transversais já estavam por quase toda a Europa ocidental.)

FLAUTA NO RENASCIMENTO (1400-1600)
A flauta transversal renascentista tinha apenas uma única sessão (parte), seis furos circulares e conseguia produzir sons de até duas oitavas. Eram vistas em três ou quatro tamanhos diferentes e o dedilhado era praticamente igual às flautas doces. Como podemos deduzir, devido aos poucos furos, essa flauta tinha uma gama de som bastante limitada.

Só no começo da década de 1470 que a flauta transversal começou a ganhar popularidade na Europa. As rápidas mudanças culturais na Europa do sec. XV estimularam uma crescente procura de documentos escritos mais baratos e a criação da impressão foi um dos fatores que possivelmente contribuiu para difundir o instrumento (notícias e partituras podiam se espalhar com mais facilidade). Outro fator que pode ter ajudado foi a popularidade do exercito suíço, que passou a usar uma espécie de picollo transversal para sinalização. 

Em 1500, as flautas começaram a ser usadas na corte e seus momentos “solos” foram cada vez mais constantes na “música de teatro” (que seria o precursor da “orquestra” moderna). Ao decorrer desse século a flauta passou também a aparecer em alguns conjuntos camerísticos, mas normalmente usada como voz tenor. De qualquer maneira, é bom lembrar que desde o século XVI até no começo do barroco, as flautas transversais variavam muito de tamanho e alcance.

Em 1528, Martin Agricola observou que as flautas eram tocadas mit zitterndem wind (com vibrato). Acredita-se que essa é a citação mais antiga dessa técnica

Em 1554, após ouvir um concerto de música de câmara em Metz, o “marechal” da França, Francois de Scepeaux não conseguia entender porque as flautas eram chamadas de “flautas germânicas”, “car les francais s'en aydent mieulx et plus musicalement que toute aultre nation”, isto é:“Porque os franceses as tocam melhor e são mais musicais do que os outros países”

FLAUTA NO BARROCO (1600 – 1700)
A flauta transversal começou a ser usada cada vez menos, no final do sec. XVII, até que ela foi adaptada mais tarde com algumas melhorias. No barroco ela era muitas vezes chamada de “traverso” (do italiano). A flauta já era feita de três ou até quatro sessões (partes) com furos de tamanhos diferentes (quanto mais para baixo os furos, menores eram), esse design da flauta deu ao instrumento uma gama mais vasta e um som mais penetrante, sem sacrificar a suavidade e a qualidade expressiva. 
Além de ser usado na musica de câmara, a flauta transversal passou a ser usado em obras orquestrais, óperas e ballets (principalmente no fim do barroco). Com isso, os compositores finalmente passaram aescrever muitas músicas, principalmente “solo”, para a flauta (Ex: Quantz, Bach, Teleman, Vivaldi, Handel).

Em 1707, o compositor e flautista Frances Jacques Martin Hotteterre (irmão mais velho do “criador” do oboé moderno: Jean Hotteterre), escreveu o primeiro livro-método de flauta transversal chamado “Principes de la flute transversiere.” 

FLAUTA NO CLASSICISMO (1700 – 1800)
Nesse período começam a se formar as primeiras orquestras, a flauta ganhou “força” e favoritismo e acabou sendo um dos membros de destaque em sinfonias e concertos. Durante todo século, o interesse na flauta só aumentava e teve seu auge na metade do sec. XIX. Nesse período muitas novas chaves foram adicionadas, principalmente para reforçar o registro inferior.

FLAUTA NO ROMANTISMO(1800 – 1900)
No romantismo, foi criada pelo músico, compositor, pesquisados de instrumentos eengenheiro Theobald Boehm (1794-1881) a flauta de prata. As flautas que são usadas hoje em dia pelo mundo são todas com base no instrumento criado em 1847 por Boehm. Ele foi a primeira pessoa a acreditar que os furos das flautas tinham que ser “focadas” em um sistema acústico e não a facilidade de dedilhado do flautista (graças a isso, ele criou meticulosamente um complexo sistema de hastes e chaves que iriam juntar os furos colocados de uma maneira acusticamente positiva à facilidade de dedilhado para o flautista)

As suas mudanças não foram apenas uma “evolução”, mas sim uma “revolução e seu resultado foi quase como um instrumento completamente novo. Em fato, foi contestado no começo por algumas personalidades da época, que a flauta de Boehm era diferente e que não tinha mais o charme ou efeito da “verdadeira flauta”. A reação das pessoas era muito variada e tiveram muitos lugares onde a nova flauta teve “resistência” por alguns indivíduos. Devido a isso, ela perdeu um pouco a sua “importância” na orquestra, formada com muito mais metais e cordas. No entanto, elas foram pouco a pouco ganhando importância pela Europa ao decorrer do século e apenas no começo de 1900 começou a “viver” seus momentos de “glória”. 

Logicamente a mudança da nova flauta não aconteceu do dia para a noite. Boehm teve de fazer diversos experimentos em outras flautas que duraram muitos anos. Ele foi livremente incorporando a mecânica disponível e idéias acústicas novas, mas apenas Boehm que tinha coragem de começar do zero o sistema antigo e criar um novo (como podemos ver, ser engenheiro e saber como produzir algo foi crucial para isso). 

Vou contar um pouco da trajetória das flautas de Boehm:

-A primeira flauta de Boehm - 1810
A primeira flauta de Boehm possuía furos pequenos, 4 chaves e foi criada em 1810. O sistema das flautas era simples e faziam com que seu som fosse mais ágil e “leve”. As notas agudas eram mais brilhantes e fáceis de serem tocadas (se comparadas com as flautas francesas da época). Ele compôs muitas musicas virtuosas para o instrumento e executava-as na sua nova flauta. Ex :Opus 4, Variations on Nel cor più, 
Boehm estava contente com a sua flauta de sistema simples, mas ele estava ciente de algumas deficiências dela: A desigualdade de tons, dificuldade ocasional de entonação e falta de volume sonoro. (A falta de volume sonoro é o que mais encomodava.)

Um episódio que aconteceu em 1831 deixa claro isso: Boehm foi fazer um concerto em Londres, e os críticos que o assistiram criticaram o seu som, em comparação com ao virtuoso flautista inglês Charles Nicholson, que tinha o som “parecido com a de um órgão” (segundo críticos da época).

Em uma carta em 1871 para J.S Broadwood, Boehm escreveu “Eu fiz tudo o que qualquer flautista continental poderia ter feito, em Londres, em 1831, mas eu não consegui corresponder Nicholson em relação ao som, esse foi o que me levou a trabalhar novamente e remodelar minha flauta. Se eu não tivesse ouvido ele tocando, provavelmente a flauta de hoje em dia jamais seria feita”. (A flauta de Nicholson tinha 8 chaves e furos largos, o que resultava em um som maior, mas esse tipo de flauta requeria uma embocadura e técnica muito difícil para conseguir controlar a desigualdade dos tons e a afinação).

-A flauta cônica de Boehm - 1832 
A nova flauta de Boehm (flauta cônica) possuía 14 furos e ele optou por implementar o máximo possível de chaves “abertas”,largas e uniformes, fazendo com que o som fosse mais rico, uniforme e potente. Essas idéias já existiam na época mas ninguém tinha conseguido até então construir um instrumento que tivesse essas características e fosse “tocável”.
Como Boehm ainda não estava completamente satisfeito com a flauta cônica (as músicas requeriam uma gama de 3 oitavas e a afinação na 3ª oitava não era sempre mais alta e ele tinha vontade de ampliar a sonoridade nos graves) ele resolveu então melhorar a flauta cônica e em 1847 criou a flauta que todos nós conhecemos hoje em dia: a flauta cilíndrica de metal.

A flauta cilíndrica de Boehm - 1847
As principais diferenças da flauta cilíndrica eram que os furos podiam ter o mesmo tamanho e ser mais largos (eram tão largas que não eram tão facilmente cobertas pelos dedos). A afinação era mais flexível, mas era muito mais rica do que a flauta cônica, especialmente nos registros mais graves. Os primeiros modelos ainda usavam chaves abertas, mas logo ele percebeu que era melhor cobrir todos os buracos com chaves solidas. (Conforme os furos vão se distanciando da embocadura eles têm uma distancia relativamente maior entre eles. Isso pode ser visto na imagem)

Quando as flautas cilíndricas foram introduzidas em 1847, rapidamente foram adotadas pelos flautistas que utilizavam a flauta cônica de Boehm, mas flautas cônicas continuaram a ser feitas e tocadas, já que alguns achavam que a flauta cilindrica “soava como um trompete” (as cônicas tendiam a ter um som mais doce e suave). Em menos de 20 anos de existência, a flauta cilíndrica ganhou lugar no conservatório de Paris. 

Outros países como a Inglaterra, acabaram por fazer “variantes” da flauta de Boehm e esses países foram muito criticados por alemães e franceses (que eram considerados “leais” ao modelo de Boehm). Na Itália, por exemplo, existiam, em 1900, alguns lugares onde a flauta de Boehm não era comum (ex: Em 1907 o flautista Leonardo de Lorenzo foi estudar com um maestro no conservatório de Napoles, e ele pediu para ele tocar essa “flauta moderna” que ele nunca tinha visto antes)

A flautas cilíndricas, em 1889 eram raramente encontradas na Alemanha. Ela chegou a ser adotada pelo grande flautista alemão Rudolph Tillmetz (aluno de Boehm), mas foi logo criticada por Richard Wagner depois da primeira execução do “Parsifal” em 1882. Wagner (que não queria que os instrumentos de sopro tivessem uma sonoridade potente) criticou o som da flauta cilíndrica de Tillmetz e disse que ela “soava como um canhão”. Essa crítica fez com que Tillmetz elogiasse o som charmoso da flauta cônica e os trillos elegantes que era possível fazer com ela. Isso alavancou a popularidade da flauta cônica (que era considerada por muitos a mais adequada e melhor adaptada principalmente à musica de câmara)

O começo do sec.XIX é marcado pela grande variedade e designs de flauta, muitas delas, cônicas, faziam do instrumento um som penetrante e era muito usado em Viena. As flautas inglesas tinha uma gama abaixo do dó e era melhor tocado em chaves de bemóis. A flauta francesa tinha um som mais suave. A flauta alemã era a melhor entre elas com orquestra.

FLAUTA NO PERÍODO MODERNO(1900 – 2009)
Com a nova possibilidade de gravação de som (criada em 1890), as gravações de flauta se tornaram comum entre os flautistas profissionais e as flautas de prata começaram realmente a ganhar “força” e favoritismo. (que não era visto desde período do classicismo). O século XX foi marcado pelas primeiras gravações de música barroca em flautas modernas.

A fabricante de flauta de Boston chamada Wm.S.Haynes fabricava, em 1905, 1 flauta de prata para cada 100 flautas de madeira produzidas. A mesma fabricante fabricava, em 1930, 1 flauta de madeira para cada 100 flautas de prata . Muito disso se deve aos compositores da época como Debussy, que apoiavam o uso da flauta de prata de Boehm.
Hoje em dia a flauta transversal de prata é mais popular e utilizada na maioria das orquestras do mundo.

A flauta foi muito modificada no sec XX (Na década de 1950, Albert Cooper modificou a flauta de Boehm para que a música contemporânea fosse mais fácil de ser executada. Na década de 1980, Johan Brögger modificou a flauta de Boehm-Cooper transformando-o em um som mais melódico entre outras coisas. Na década de 1990, Eva Kingma desenvolveu uma flauta, com base na de Boehm, que é muito usado no jazz e música do leste Europeu, que permitia facilmente a utilização de micro-tons e harmônicos. 

No começo de 1970, também foi criado modelos de flauta alto e flauta baixa (criada especialmente para músicas modernas e conjuntos de flautas). 



----------------SUA ATUAÇÃO NA ORQUESTRA------------------
Dentro de uma orquestra sinfônica, há, geralmente, dois ou três flautistas no naipe. Os flautistas ficam numa espécie de “núcleo da orquestra” onde se encontram os principais instrumentos das Madeiras (Oboé, Clarinete, Fagote e Flauta), já que os solos de uma melodia muitas vezes é confiados a eles.



--------------A FAMÍLIA DA FLAUTA TRANSVERSAL------------
Do mais agudo para o mais grave, e em comparação com a flauta transversal, os membros da sua família:
-Piccolo em Dó ou Ré♭ (1 oitava acima) ***
• - Treble em Sol *
• -Flauta Soprano em Mi♭ *
• - Flauta Tranversal ***
• -Flûte d'amour/flauta tenor em si♭ ou Lá *
• -Flauta Alto em Sol ***
• -Flauta Baixa em C (1 oitava abaixo) ***
• -Flauta Contralto em Sol **
• -Flauta Contrabaixo em Dó (2 oitavas abaixo) **
• -Flauta Sub-Contrabaixo em Sol **
• -Flauta Sub-Contrabaixo em Dó (3 oitavas abaixo) **
• - Flauta Hiper-baixo em Dó (4 oitavas abaixo) **

• *Flautas pouco comuns
• **Flautas pouco comuns e criadas apenas no sec. XX
• ***Flautas normalmente utilizadas em uma orquestra



-----------------CURIOSIDADES------------------
- As flautas transversais eram feitas em sua maioria de madeira até o começo do sec XX)

- Flauta de Prata ou Ouro? Acredita-se que as flautas de prata criam um som mais brilhante enquanto as de ouro um som mais escuro e definido mas podem ser mais difíceis de tocar, pois requerem uma maior técnica de respiração. De qualquer maneira, essa idéia de que diferentes materiais afetam a qualidade do som é contestada, pois o material de construção da flauta faz menos diferença no som d0o que dois diferentes flautistas tocando a mesma flauta. 

-Em momentos de tutti orquestrais, pode acontecer de a flauta “sumir” em meio aos sons, pois o seu timbre, por ser fluido, mistura-se com os outros instrumentos.

-A flauta sempre foi um instrumento muito privilegiado no que se diz respeito a recursos e ornamentos. Grande partes dos rescursos musicalmente conhecidos são executáveis na flauta. Ex: Vibrato; Glissando; Harmônicos; Beatboxing (tocar uma melodia e fazer beatboxing ao mesmo tempo – veja o vídeo aqui); Multifonia (solfejar e tocar ao mesmo tempo); Frullato (Pronunciar a letra “R” enquanto toca); Polifonia ou Nota Dupla (técnica moderna sobre notas com dedilhados especiais que podem soar dois sons harmônicos); Trinados; Trêmolos; Mordentes; Staccatos e legatos

- As chaves pequenas de trilo permitem a rapida alteração entre duas notas e dedilhados usando essas chaves permitem flautistas habilidosos a ter um aolcance de 4 oitavas! 

-Para preservar a qualidade da flauta de madeira e moderna ao mesmo tempo, existem flautistas que usam flautas de madeira com a cabeça feita de prata.

- A flauta tinha, como toda música primitiva, um papel mágico. Ela foi usada para acompanhar os rituais religiosos. Algumas culturas proibiam o uso das flautas pelas crianças e as mulheres sob pena de morte. No Xingu brasileiro temos ainda hoje um exemplo disto.

-Aristóteles disse: “Nos escutamos uma canção na flauta com mais prazer do que na lira, pois o canto da voz humana e a flauta se misturam bem por causa da suas correspondência e simpatia, um e o outro se animam pelo vento”. 


---------------A FLAUTA EM OUTROS GÊNEROS---------------
É possível encontrar a flauta em diversos estilos de músicas (jazz, rock). Já se foi o tempo em que instrumentos clássicos, como a flauta ou um sax, só apareciam em composições clássicas. É totalmente possível encontrá-los em estilos bem diferentes dos clássicos.

No jazz mais antigo as flauta eram raramente utilizadas. Desde 1950 um numero notável de interpretes usaram a flauta no jazz. Já que o dedilhado criado por Boehm é usado tanto no saxophone quanto nas flautas transversais, é comum a flauta dobrar a parte do saxofone em formações menores e alguns saxofonistas pegam a flauta como segundo instrumento, e vice e versa.

--------------------O OBOÉ - PRIMEIRO CONTATO-------------------- 
O oboé é o principal instrumento de sopro soprano com palheta dupla. O músico que toca oboé na orquestra é chamado de oboísta. O oboé faz parte do naipe das madeiras em uma orquestra. 

A palavra “oboé” vem do Frances hautbois, (pronuncia-se “oboá”) que significa “madeira alta” (devido a sua capacidade de ter registros muito agudos) 



O oboé é um instrumento musical de sopro normalmente feito de madeira (Ébano, que possui a cor preta; Grenadilla, que é uma madeira bem dura e que possui a cor marrom escuro; Jacarandá) ou plástico (Normalmente são os oboés de estudantes, que não racham e são mais econômicos). Possuim um formato ligeiramente cônico e é dividido em 4 partes (palheta, registro alto/médio, reistro baixo e campana). Ele é afinado em dó maior e possui uma palheta dupla (fundamental para o oboé, pois ela é a responsável pela cor, som e timbre do instrumento). 

* Como é feita a palheta Dupla? A palheta é feita de cana e existem certas épocas no ano que são mais adequadas para colhê-la. A cana é colhida (em tubo) e cortada, até ficar um pedaço bem pequeno (no formato de um pauzinho de picolé), em seguida, enquanto ela ainda está úmida é dobrada em dois. Um de seus extremos é amarrado em um pequeno tubo e depois cortado. O tamanho e espessura desejada são trabalhados artesanalmente posteriormente com ferramentas especiais até ser atingido o resultado esperado. A espessura dela é de aproximadamente 10 milímetros (as dos fagotes são de 20 a 25mm). Dizem que as melhores canas para o oboé são as da França. 

As palhetas devem ser constantemente trocadas, pois elas mudam facilmente com a umidade, temperatura, altitude, ambiente ou clima. Uma palheta em ótimo estado pode ir a coleção de canas intocáveis em uma questão de dias (Tenho um amigo oboísta que troca sua palheta mais de 4 vez por mês!). 
Como as palhetas duplas nunca conseguem ser exatamente iguais, é necessário um "período de adaptação" para o oboísta, que pode até demorar alguns dias, para que ele passe a ter confiança e controle do som. 

*É difícil fazer uma palheta? Sim, muito!! A grande dificuldade de se fazer uma palheta, é que ela deve ser muito fina para poder vibrar, mas não pode ser exageradamente fina, pois resulta em uma sonoridade muito pobre. Se a palheta é muito larga, é difícil fazer staccato e dificulta os sons mais graves. Se uma palheta for pouco flexível ela terá um som estridente e desagradável. (É essa flexibilidade da palheta que permite obter uma considerável variação de altura somente com os lábios) 

Os oboístas iniciantes, algumas vezes começam a tocar com uma palheta de material sintético, pois são muito mais fáceis de controlar, e o período de adaptação é muito menor do que a palheta de cana. 

Quando se aprende a controlar a sonoridade com as palhetas sintéticas, geralmente o oboísta passa a comprar palhetas de canas comerciais (não trabalhadas a mão) 

Conforme o oboísta vai adquirindo mais experiência, eles podem optar por produzi-la com ferramentas especiais (com base na do professor) ou também comprar palhetas de cana feitas à mão (normalmente por outro oboísta profissional) 

Como as palhetas são algo muito particular, a maioria dos oboístas profissionais produz a sua própria palheta, atendendo as exigências necessárias. Isso faz com que o oboé seja um instrumento especialmente muito pessoal. 

Segundo John Mack, principal oboísta da Orquestra de Cleveland,“para um estudante dominar a arte de produzir palhetas, ele deve primeiramente encher uma cesta de lavanderia com elas...fazer palhetas requer anos de pratica e aos iniciantes lhes são recomendados não fazer suas próprias palhetas. Os músicos profissionais normalmente importam a cana da palheta direto de plantações no sul da França.  

Se vocês não conheciam o grande pesadelo dos oboístas agora ele veio a tona: As palhetas! Quem dera que tocar oboé fosse só mexer os dedos! rs... 



---------------------------O SOM DO OBOÉ--------------------------- 
O oboé possui um timbre muito bonito que pode ser considerado ocre, nasalado, penetrante, áspero, cortante e rouco. Essas representam as qualidades óbvias da utilização de uma palheta dupla. (Qualidades que distinguem facilmente o oboé de outros instrumentos dos sopros). Achei curiosa uma descrição do som do oboé e acho legal compatilhar com vocês...vi em algum lugar algo assim: “o som do oboé lembra o timbre de um pato, mas não qualquer pato...um pato-passarinho cantor...” 
 (Ex: Ennio Morricone - Gabriel's Oboé) 

O som se assemelha um pouco ao de um clarinete. As suas notas graves são densas e ricas, e as mais agudas mais “ásperas” e penetrantes: Percebemos ai a grande diferença entre o oboé e a flauta (que tem os graves relativamente “fracos”). 

O som de dois oboés tocados simultaneamente em intervalos pequenos como o de 3ª possuem uma qualidade de som muito interessante. (Ex: o Dialogo do vento e do mar do "La mer" de Debussy)  

O oboé tem uma menor “variedade” de notas que os outros instrumentos de sopro, mas em compensação é um dos que tem um maior gama de expressões, timbres, efeitos dinâmicos e estilos de toque (Além de poder fazer notas super-agudas). Esses são os motivos da grande utilização do oboé como solista em passagens orquestrais mais líricas. (Ex: Allegretto grazioso da "Sinfonia n.2" de Brahms)  

A agilidade de arpejos não é sua melhor virtude da palheta dupla...fazendo com estes sejam bem difíceis de serem bem executados. Existem algumas passagens virtuosas extremamente difíceis para oboé no repertório orquestral (Ex: "Le Tombeau de Couperin" de Ravel)  

As articulações, principalmente o staccato do oboé são superiores ao dos outros instrumentos de sopro, pois é um instrumento mais ligeiro, seco e agudo. (Ex: Abertura “La scala di seta” de Rossini)ps: 1:35  

As melodias de caráter folclórico (como é o caso de Bartok e Falla, que comentamos nos posts passados) se adaptam perfeitamente ao timbre do instrumento, que contribui para aumentar climas exóticos e sugestivos. (Ex: Allegreto do "concerto para orquestra" de Bartók)  

Todos os sons feitos pelo oboé deve começar com um pequeno ataque preciso que possa ser captado ligeiramente pelo ouvido, pois se a palheta é soprada sem o pequeno golpe “t” da língua, é impossível predizer o som e controlar o movimento dele antes que soe. 

Ele é um dos instrumentos de sopros que mais gosto. Ele e o clarinete estão juntinhos na minha lista de preferidos! 


-------------------------COMO SE TOCA O OBOÉ?------------------------- 
Antes de tocar, as palhetas devem ser umedecidas. Quando o oboé estiver na posição de tocar, a extremidade da palheta dupla deve ser colocada entre os lábios, que controlam a suavemente as vibrações e evitam que os dentes encostem na palheta. 

Quando o oboísta sopra, as duas extremidades da palheta dupla passam a vibrar uma com a outra. A vibração dessas duas “canas” faz com que o ar dentro do oboé fique também em vibração, produzindo assim o som das notas musicais. A língua controla a corrente do ar no orifício entre as palhetas. 


-----------------------------HISTÓRIA DO OBOÉ----------------------------- 

O SURGIMENTO DO OBOÉ Sabe-se que o oboé é um instrumento de sopro surgido há milênios, remontado na China ou na antiga Grécia. Não se sabe ao certo quando ele foi realmente inventado, mas se sabe que na Itália, por volta do sec. V a.C, os etruscos acompanhavam as caçadas e festas com clarins, trompas, “oboés” e liras. Logicamente o oboé que acabei de citar não é o instrumento que nós conhecemos hoje em dia e sim o seu “antecessor”, chamado Aulo. Esse era o único instrumento de sopro muito “em moda” na época. Em bandas militares mais antigas, ele era o principal instrumento melódico (até ser substituído, mais tarde, pelo clarinete) 

O OBOÉ NO BARROCO 
O principal antecessor do Oboé é o Shawn, que tem mais de 1000 anos (não se sabe ao certo). Ele foi introduzido na Europa sec. XIV e aperfeiçoado por Jean Hotteterre e Michel Philidor na França no sec. XVII, quando passou a ser chamado de oboé e a fazer parte da orquestra. Hotteterre e Philidor podem ser considerados os “criadores” do oboé. (É importante destacar que tanto o Schaw, quanto o oboé eram chamados de “hautbois” na época) 

O oboé pode ter tido diversos “criadores”, o fato é que ele se espalhou rapidamente pela Europa. Quando o oboé chegou na Inglaterra em 1674, “The Sprightly Companion” descreveu seu som como “Maestoso e imponente, não muito inferior ao trompete” e disse: “com uma boa palheta e mãos habilidosas, ele soa tão suave como uma flauta”. É engraçado que nesse período, na Inglaterra, ele era chamado de diversos nomes como “hautboy”, “hoboy”, “hautboit”, “howboye” ou qualquer outro de pronuncia parecida com “hautbois”(Era uma novidade! As pessoas iam descobrindo essa “febre do oboé” rs) 

Com as inovações de Hotteterre e Philidor, o instrumento passou a ser dividido em 3 partes (sem contar a palheta), ficou mais fino e comprido , com furos menores e a palheta passou a ser colocada apenas entre os lábios, melhorando muito a sonoridade, controle e afinação do instrumento (Antigamente tocava-se com a palheta toda dentro da boca). 

O som do oboé passou a ser um dos mais apreciados pelo público e os compositores no barroco (sec. XVII) e foi o principal responsável por fazê-lo ser permanente na orquestra. Por incrível que pareça, oboé barroco, feito de madeira, possuía apenas 1 grande chave, e outras 2 laterais (freqüentemente as chaves eram duplicadas para facilitar o oboísta de usar a mão direito ou a esquerda nos furos). 
Os fabricantes mais notáveis do período barroco eram a “Denner” e a “Eichentopf “(alemãs) e a Stanesby Sr. e Jr. (inglesa).

Devido a “popularização” do instrumento, compositores como Couperin, C.P.E Bach e J.-B.Loeillet fizeram com que o instrumento fosse uma “segunda opção” virtuosa da flauta e do violino, e ciraram muitas obras para oboé e baixo continuo ou trio-sonatas. Mais tarde, Handel, Albioni e Vivaldi usaram o oboé em concertos solo e nos concerti grossi (Handel chegou a usar 8 oboístas na orquestra!) J.S.Bach, por sua vez, explorou o oboé utilizando-o abundantemente em “obbligatos” orquestrais. 

Como visto acima, o oboé foi muito usado como instrumentos solista e também na musica de câmara. Alguns fabricantes de oboé da metade do sec XX começaram a produzir copias desses instrumentos históricos que sobreviveram o tempo e até hoje temos réplicas idênticas dos oboés barrocos. 
(Ex: C.P.E.Bach - Concerto para Oboé) 
 

O OBOÉ NO CLASSICISMO 
Esse período foi caracterizado pelo gradativo estreitamento dos furos do oboé e criação de mais algumas chaves. Os furos estreitos permitiram que notas mais agudas fossem tocadas mais facilmente e os compositores começaram a utilizar mais freqüentemente o registro superior do oboé em suas composições. 

No classicismo, o par de oboés passou a ser comum em composições orquestrais e as mudanças e evoluções do instrumento incentivavam a compositores como J.C Bach, Mozart, Haydn, Lebrun, Fischer, Koželuh e Beethoven a comporem concertos para oboé. (Além disso existiam diversos momentos “solos” do oboé em obras camerísticas, orquestrais e operísticas) 

O oboé era considerado o principal instrumento de sopro da orquestra e o segundo mais importante em momentos solos (logo depois dos violinos). Só no sec. XIX que a flauta e o clarinete tiveram passaram a possuir a mesma importância, na orquestra, que o oboé. 

(Ex: Mozart - Concerto para Oboé)  

O OBOÉ NO ROMANTISMO 
Do sec. XVII para o XVIII o instrumento evoluiu muito e o sec. XIX foi caracterizado pela “mecanização” do oboé (entre 1800 e 1825, oito chaves apareceram). Como se é de imaginar, existiam diferenças marcantes entre um oboé produzido na França (onde tendiam a ser mais “sensíveis” e “refinados”) e em Viena (mais robustos e com som mais “calorosos”). Hoje em dia os oboés possuem de 19 e 22 chaves e os mais comuns são os do estilo Frances. 
Já no Romantismo, o uso do oboé em passagens solos aumentou extremamente e o uso dele em obras orquestrais era considerado praticamente indispensável (Ex: Sinfonias de Beethoven, Schubert, Tchaikovsky, Brahms etc...) 
(Ex: Tchaikovsky - Sinfonia n.4 - mov.2) 
 

OBOÉ NO PERÍODO MODERNO 
Até o sec.XX pode-se dizer que a obra para oboé “solo” era pouco apreciada e a partir daí se tornou cada vez mais comum a composição de obras para oboé solo. 
É interessante lembrar que nas ultimas décadas, essas obras mais contemporâneas requerem que os oboístas consiga produzir diversas sonoridades, micro-tons e outros efeitos especiais.
(Ex:Penderecki - Capriccio per oboe e orchestra)
 




-------------------SUA ATUAÇÃO NA ORQUESTRA------------------- 
A seção dos oboés, em uma orquestra, normalmente é composta de 2 oboés, ou de 2 oboés e 1 corne Inglês ou 3 Oboés e 1 corne inglês. (Existem outras combinações menos comuns, como é o caso de 4 oboés e 1 corne inglês na sinfonia dos salmos de Stravinsky, mas essas são execções) 


---------------------------A FAMÍLIA DO OBOÉ--------------------------- 
Existem também outros instrumentos que também fazem parte da Família do oboé: 
-Corne Ingles 
-Oboé Piccolo em Fá (também conhecido como “Musette”) 
-Oboé d’amore em Lá 
-Oboé baixo em Dó (também conhecido como oboé Baritono na frança, 1 oitava abaixo do oboé convencional) 
-Oboé Contrabaixo em Dó (2 oitavas abaixo do oboé convencional) 
-Heckelphone 

PS: Quando estiver em uma sala de concertos, cuidado para não confundir o oboé com outros instrumentos semelhantes como o corne inglês ou o Heckelphone.(Só foram feitos 165 heckelphones no mundo inteiro,e conseqüentemente, devido a raridade desse instrumento, um bom músico de heckelphones é difícil de ser encontrado)
 


----------------------------CURIOSIDADES---------------------------- 
-O oboé, devido ao pequeno orifício entre as palhetas, necessita muito menos ar que qualquer outro instrumento de sopro. Isto significa que as frases mais longas podem ser tocadas com uma só “respiração”, mas também significa que a palheta esta constantemente freando a pressão do ar. Devido a isso, e a necessidade de relaxar os lábios e a língua, as partes orquestrais do oboé normalmente tendem a ter diversos “descansos”. 

-Existem algumas diferenças notáveis entre as diferentes escolas oboístas, como a alemã ou francesa (ou até mesmo a individual do executante). 

-Atualmente acredita-se que o som do oboé é muito mais ligeiro que no Barroco. (ex: melodias do adágio do "concerto de Brandenburgo n.1" de Bach) 

-O oboé é considerado um dos instrumentos de sopro mais difíceis tecnicamente e requer um controle apurado da respiração. 

-Devido ao seu timbre penetrante e ao fato de que é o único instrumento de sopro que não depende de regulagem para afinação, é o oboé que toca a nota Lá, antes de um concerto começar, para que todos os outros instrumentistas afinem seus instrumentos. 

Texto de autoria de John Blanch feito com base em diversos sites e livros.